terça-feira, 13 de agosto de 2013

Balões


Eram balões de gás que eu ia colhendo naquele sonho.

Lembro que andava por uma estrada de flores coloridas e, de repente, me dava conta que lá havia um balão amarelo. Segurava pelo barbante puxava para perto e olhava fixamente para o balão. Que lindo! Minha cor favorita! Olhava-o e o puxava para baixo deixando depois que ele subisse até o limite do barbante. Gostava de vê-lo contra o sol.

Depois de um tempo segui pela estrada.

Mais a frente, perto das margaridas havia outro balão. Dessa vez era vermelho. Bonito e bem cheio de gás. Ele flutuava de uma forma sensual e me permitiu segurá-lo pelo barbante e vê-lo indo e voltando, sem que eu precisasse sequer mexer nele. Fascinante o balão vermelho. Gostava de senti-lo por perto.

Ainda estava só começando a andar, por isso segui.

Com meus dois balões conduzidos pela mão, quase não percebi o balão verde que se escondia perto da grama, mas em contraste com as flores do campo. Era tão puro, tão natural, que cheguei a achar que ele fazia parte da paisagem. Mas ele também estava ao alcance da mão e por isso colhi seu barbante como já havia feito antes e o juntei aos outros dois. Gostava do conjunto que faziam.

O dia ainda estava claro e a estrada seguia, e eu também segui.

Entre as árvores havia uma cerejeira florida e nela preso na altura havia mais um balão. Desta vez: branco. Só o percebi porque as flores lhe faziam moldura. Tomei-o para mim e juntei no meu buquê de balões. Juntos eram cada vez mais lindos. Gostava de me sentir leve levando-os pelas mãos.

Lá em frente havia uma porteira, mas antes mais flores e mais caminhos.

Logo encontrei o que eu procurava. Um lindo balão azul preso entre tulipas. Adoro as tulipas e elas me devolveram o afeto com um balão da cor que faltava. Juntei com os outros. Admirei. Cheguei a sentir o cheiro dos parques de diversão da minha infância e gostei disso.

E segui.

Na porteira, um menino, como eu, me avisou:

- Você não pode entrar com todos os balões! Escolha um. Eu vou furar os outros.
- Furar?
- Sim. Os que você não escolher não servirão para mais nada e por isso vou furá-los

Lembro de pensar que era triste ver um balão furado. Lembro de olhar para o menino. Lembro de sorrir e lembro de abrir a mão lentamente, deixando que todos os balões voassem soltos pelo céu azul. E lembro de dizer:

- O balão certo vai me achar na hora certa.


E segui.


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