terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Proibido

Lá vem ela... a tal vontade de escrever.
Ela chega de manhã de tarde, de noite.
Ela sempre vem pra puxar meus dedos e,
com eles, traçar linhas em busca de um sentido.

.... ..... .....

Proibido

Fica proibido acreditar.

Duvide. Duvide sempre do amor fácil.
Duvide de quem assiste o por do sol ao seu lado olhando para você.
Duvide de quem ouve e não responde.
Duvide dos sonhos que você sonha sozinho.
Duvide do seu próprio amor até ele duvidar de você.

Fica proibida a verdade.

Minta sem dó nem piedade, para quem não acredita.
Minta sobre a felicidade, sobre a alegria, sobre a companhia.
Minta sobre o tempo, sobre o cheiro, sobre o toque.
Minta para quem quiser, só não minta para você.

Fica proibido o amor.

Goste, mas não ame.
Seja, mas não pareça.
Namore, mas não case.
Receba, mas não se entregue.

Fica proibido o simples.

Faça tudo de um jeito que só você entenda.
Fale difícil, complique até o sol, a chuva, o mar.
Fique estranho, vez por outra.
Faça perguntas que não têm resposta.
Seja complexo o tempo todo.

Fica proibida a cumplicidade.

Faça tudo como se estivesse sozinho.
Faça carinho apenas para sentir seus dedos.
Beije somente para sentir seus próprios lábios.
Proteja-se do outro.

Fica proibida a coragem.

Tenha medo de amar. Não se arrisque.
Tenha medo de viver. Prefira o morno.
Tenha medo de sentir e muito medo de falar.

Fico proibido também.

Proibido de ser quem sou.
Proibido de buscar amor.
Proibido de escrever, de sonhar de viver.


E, principalmente, proibido de proibir.

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