Saber da morte de um amigo de colégio logo de manhã é triste. Morreu
Marcelo LaBandera. Um dos inúmeros meninos que corriam pelo colégio a fora,
fosse atrás de uma bola, fosse atrás de um bagunça. Nunca fomos melhores
amigos. Nos conhecíamos e nos encontrávamos nas reuniões, sempre saudosistas,
dos ex-alunos do Colégio das nossas vidas. Soube ontem que ele teve um grave
rompimento de aneurisma cerebral. Soube no mesmo ontem quando tínhamos um
desses chopps marcados, e eu que não ia a nenhum já algum tempo havia me
organizado para ir e rever os amigos. Hoje pela manhã comecei a ler as
mensagens que confirmavam sua morte.
Marcelo devia ter 47 anos. Os mesmos 47 que farei na quinta-feira que
vem. A mensagem que pedia orações e informava sobre o aneurisma foi postada por
sua filha que deve regular de idade com a minha filha. Os amigos em comum são
inúmeros. A tristeza é comum a todos nós.
Minha primeira reação frente à morte é rezar. Rezo para que Deus o
receba e que ele descanse em paz. Rezo com toda a minha fé. Rezo e penso. E
penso. E penso.
Penso que deveria ter ido aos outros chopps e aproveitado cada momento
com mais gargalhadas, com mais afeto, com mais intensidade.
Penso que a vida é assim mesmo, que a morte vem mais cedo ou mais
tarde, mas vem. E que é por isso mesmo que tenho que aproveitar a vida todos os
dias.
Penso que não é possível deixar nada para amanhã. Meu tempo é hoje,
disse o poeta.
Penso nos exemplos deixados, nas referências deixadas, na vida vivida.
Penso em não me contentar com menos que o máximo.
R.I.P. Marcelo LaBandera
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