Sim, escrever é hoje meu maior prazer. Não escrevo para mudar nada nem
ninguém, porque não é possível mudar nada nem ninguém. Escrevo porque é a
melhor forma de ser quem eu sou. A Clarice Lispector falava alguma coisa
parecida e eu até copiei no meu perfil aqui no Blogger. De qualquer forma,
escrever é uma espécie de catarse, e catarse, como diz meu analista é uma forma
de purificação.
Estou decidido a escrever um livro. Um livro de histórias sem a
classificação de ficção ou não-ficção, mesmo porque entre as coisas que escrevo
existe um tanto de verdade e um tantão de fantasia.
O primeiro passo é desenvolver o projeto em si. Um livro online me
parece o caminho mais lógico. Uma forma de ser accessível e disponível para
mais gente em vários lugares do mundo. Ficar ao acesso de um toque dos dedos ou
do click de um mouse me parece interessante como caminho. Mas não basta saber
que quero escrever e publicar um livro online. Preciso definir que livro é
esse.
Um livro em que me exponho e evito expor as outras pessoas. Acho engraçado,
mas as pessoas não gostam de se ver como personagens, ainda que sejam. Tudo bem.
É uma escolha delas e eu posso respeitar isso. Eu não me importo com a
exposição. Acho que é o meu jeito de dizer quem eu sou, porque sou como sou e
fazer com que as pessoas vejam uma outra referência, um outro ponto de vista,
uma outra forma de ver o mundo.
A escrita é um prazer antigo. Comecei antes dos quinze, com poesias que
nem posso mais reler. Cada vez que pego as folhas datilografadas fico com
vontade de rasgar mais da metade e de reescrever o que sobrar. Depois, foram
anos e anos de guardanapos rabiscados com tinta esferográfica nos quais deixei
emoções e sentimentos adolescentes. Sempre com o recurso fácil da poesia sem
rima, e muitas vezes sem sentido. Só mais tarde, bem mais tarde, descobri na
prosa um estilo mais simples e mais franco para dizer o que penso e sinto.
Minha temática é recorrente. A eterna briga entre o homem e o menino. Ente
o emocional e o racional. Não preciso escolher entre um e outro, preciso
aprender a combinar os dois. Não quero ser apenas o homem maduro e racional,
acho muito chato. Mas também não estou disposto a viver criança emotiva pra
sempre, acho tolo demais. Minha busca é pela mescla, pelo equilíbrio interno
que se reflete nas minhas relações com o mundo e com as pessoas. E, mesmo que
isso pareça simples para você, é complexo para mim.
Junto com minha busca tematizada em histórias tem toda uma série de
questões que me acompanham desde sempre. O amor é a maior questão. Sempre foi. É
nele que experimento o desafio de ser mais homem ou mais menino, mais emotivo e
romântico ou mais prático e seguro. E é nele que nunca experimento o viver sozinho.
É o amor quem me traz a experiência de conhecer outros “eus” e com isso buscar
meu equilíbrio e harmonia na forma de uma história de amor.
Este não é meu primeiro nem será meu último blog. Ele é apenas o depósito
de emoções e rabiscos, ainda que tortos das minhas fantasias. Meu projeto reúne
o que escrevo aqui, com o que já escrevi e publiquei no blog Incompetentes
Emocionais e algumas coisas que publiquei num blog mais antigo chamado “Já te
disse que você é linda hoje?” – o erro de concordância é proposital, era uma
frase diária que celebrava o prazer de ver uma pessoa todos os dias, ainda que
em pensamento, que saía do “te” para o “você” porque era a forma de estar mais
perto. Esse não está mais no ar, mas ainda guardo seus textos.
Vou trabalhar no livro com vontade de contar o que sinto, o que penso,
o que sou e com vontade também de que isso possa interessar a alguém. Por isso,
se você gostar de um texto, me fale. Se não gostar, me fale também. Se algo não
ficar claro o bastante, me avise. Se eu estiver sendo repetitivo demais, me dê
um toque. Mas se não gostar por não gostar simplesmente, me dê apenas adeus.
E segue o baile.
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